Informática

A Ciência de Dados e Inteligência Artificial em 2018

O século XXI esta chegando a sua maioridade e uma rápida viagem no tempo, voltando à virada do milênio, não deixa dúvidas de que muita coisa mudou de lá para cá. É uma mudança em ritmo cada vez mais acelerado, sendo a Inteligência Artificial (IA) um dos seus principais pilares.

Não me parece, contudo, que a IA já esteja sendo utilizada pelo carnaval. Quem foi para a folia provavelmente nem se importa com isto, mas uma possível aplicação destas tecnologias poderia ser ajudar a melhor planejar os esquemas de policiamento, transporte de massas e assemelhados, para que tanto os foliões como os não foliões fossem melhor atendidos. E como isto fez falta no Rio!

Ainda brincando com o carnaval, a quantidade de dados/informações disponíveis no mundo cresce ainda mais do que a quantidade de gente nos blocos de rua. É isto que tem permitido enormes avanços na aplicação e uso da IA. Ou seja, a Ciência de Dados (CD) esta para a IA como a porta-bandeira está para o mestre-sala: são inseparáveis!

E se quem não gosta de samba, bom sujeito não é, dando a impressão de que o carnaval é uma unanimidade nacional, a IA é a unanimidade da vez nas principais economias do planeta. Até porque já existem previsões dizendo que a IA vai permitir DOBRAR o crescimento da economia dos países que dela fizerem uso intensivo. É claro que tem muita gente que não curte carnaval, assim como terão países que não estão dando a devida importância a IA. A questão é saber se o Brasil, em relação a isto, é ou não ruim da cabeça ou doente do pé.

De concreto, posso afirmar que muita gente por aqui já se deu conta de que não dá para esperar o carnaval acabar para começar o ano, incluindo gente que espera ansioso o ano todo para o carnaval chegar. É sempre bom celebrar a vida e preservar tradições, mas é também preciso estar atento as oportunidades e ameaças que vão surgindo no horizonte.

Inteligência artificial entrou na mira dos empresários no Fórum Econômico Mundial. No já tradicional encontro em Davos, no final de janeiro, a primeira ministra da Inglaterra, Theresa May, aproveitou o encontro para anunciar a criação de um centro governamental para tratar de questões éticas em torna da IA. Já o presidente francês Emmanuel Macron lançou um fundo com 10 bilhões de euros para incentivar novas tecnologias incluindo IA.

Várias das grandes empresas globais de tecnologia estiveram também em Davos. No Microsoft Café foi realizado um painel sobre a IA e seus impactos na sociedade. O CEO da Google CEO, Sundar Pichai, afirmou numa entrevista que IA se tornará mais importante para a humanidade do que já foram o fogo ou a eletricidade. Já o fundador da Alibaba, Jack Ma, aproveitou um dos palcos do Fórum para alertar que a IA e robôs vão “matar” um monte de empregos e que isto poderia ser o estopim de uma terceira guerra mundial.

Num outro painel foi debatida a 4a. revolução industrial e os riscos das novas tecnologias por trás da mesma. O título em Inglês foi “Future Shocks: Rogue Technology”, e um resumo do mesmo, em Português, está disponível no artigo Os riscos das tecnologias imprevisíveis.

O impacto da IA sobre os empregos não é um assunto novo mas continua chamando muita atenção e gerando preocupação não só em Davos. De qualquer modo, numa iniciativa inédita, Accenture, CA Technologies, Cisco, Cognizant, Hewlett Packard Enterprise (HPE), Infosys, Pegasystems, PwC, Salesforce, SAP e a Tata Serviços de Consultoria aproveitaram o evento para anunciar a disponibilização de uma plataforma unificada chamada SkillSET visando o retreinamento de pelo menos 1 milhão de trabalhadores para que eles possam se preparar para esta quarta revolução industrial que já esta à caminho.

Inúmeras análises estão surgindo, como por exemplo uma que procura mostrar porque a IA não vai substituir radiologistas (Why AI will not replace radiologists) ou o estudo que afirma que caminhões autônomos poderão beneficiar motoristas profissionais (Could Self-Driving Trucks Be Good for Truckers?). Até a Google, uma das lideranças no uso de IA, se viu obrigada a contratar mais gente por conta disto (Google’s AI Push Comes With Plenty of People Problems). A verdade é que o mercado nunca esteve tão aquecido com relação a contratação de profissionais de CD e IA (2018 Predictions for the Analytics & Data Science Hiring Market).

Voltando a Davos, o saldo dos debates em relação a IA é positivo, com uma preocupação de mostrar as inúmeras oportunidades que estão na mesa para serem aproveitadas (8 ways AI can help save the planet).

Se você ainda não sabe direito o que é IA, vale conferir o guia produzido pela revista WIRED, que é uma das “bíblias” de quem gosta de tecnologia explicada de forma acessível (The WIRED Guide to Artificial Intelligence).

Mas se voce já esta buscando alternativas para fazer uso da IA no seu negócio, a recomendação então é pensar numa estratégia empresarial para uso dos seus dados (Become Data-Driven or Perish: Why your company needs a Data Strategy and not just more Data People).

Como coordenador da Rede de Ciência de Dados e Inteligência Artificial do Rio de Janeiro – CDIA.Rio, tenho feito uma seleção periódica de links interessantes sobre estas tecnologias e divulgado num Informativo Digital Gratuito. Na última edição, que circulou na semana passada, incluí outras previsões sobre IA e o seu real potencial em 2018. Em particular, um artigo fala da nova geração de Chatbots e porque 2018 será o ano deles. Separei diversos artigos sobre o uso de CD e IA em diferentes segmentos da economia e “receitas” sobre como aplicar estas tecnologias em situações específicas. Quem gosta de vinhos não deve deixar de ler o artigo sobre o uso de aprendizagem de máquina para prever a sua qualidade. Tem ainda um artigo sobre o uso de redes neurais profundas para jogar o FIFA 18. Um link muito popular foi o que compara as ofertas de IA como Serviços da Amazon, Microsoft e Google. A lista de links em Inglês termina com artigos específicos sobre diferentes aspectos do uso de CD e IA nestas e em outras empresas.

Na lista de links em Português, destaque para o artigo que fala da adoção da IA por líderes empresariais, apesar de ainda “desconfiarem” desta tecnologia. CD e IA não são “mágica” e por isto mesmo incapazes de resolver todo e qualquer problema. Mas podem sim se tornar o diferencial competitivo para muitas empresas. Daí a importância de um bom planejamento para sua adoção, que é um dos serviços oferecidos por diversos dos membros da rede CDIA.Rio. Outra dica legal é o treinamento gratuito que o IBGE estará oferecendo na diferentes capitais do país.

Se quiser conferir todos estes links, clique AQUI.

Boas Leituras!

https://www.linkedin.com/pulse/ci%C3%AAncia-de-dados-e-intelig%C3%AAncia-artificial-em-2018-john-lemos-forman/

John Lemos Forman

John Lemos Forman

Diretor at J.Forman Consultoria
Mestre em Informática (ênfase em Engenharia de Software), Engenheiro de Computação e Tecnólogo em Processamento de Dados pela PUC-Rio, com pós-graduação em Gestão de Empresas pela COPPEAD/UFRJ. 30 anos de experiência na gestão de empresas e projetos inovadores de base tecnológica.
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